Estudo aponta que 45% dos que vão ao trabalho de moto já se acidentaram

29/11/2014 14:49

Pesquisa realizada por entidades de Piracicaba ouviu 1,3 mil motociclistas. 
Dados também mostram que 58% não possuem a documentação em dia.

 

Uma pesquisa realizada neste ano por três entidades de Piracicaba (SP) revelou que 45% dos empregados que usam a motocicleta no trajeto da casa ao trabalho já sofreram ao menos um acidente. O estudo, apresentado na quarta-feira (26), consultou 77 empresas e mais de 1,3 mil funcionários. Outros dados importantes também foram detalhados, como o que mostra que 58% dos motociclistas apresentam problemas com a documentação. O objetivo principal da iniciativa é apontar melhorias nas políticas públicas de prevenção de acidentes.

A pesquisa "A vida em 1° lugar" foi uma parceria do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras (Simespi) como o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba.

 

 As causas que provocaram a maior parte dos acidentes foram pedestres e carros, segundo os motociclistas. Entre os acidentados, 97% disseram usar capacete na hora do impacto, 26% afirmaram ter sofrido mais de uma batida e 28% fraturaram mais de um membro na queda. Entre os entrevistados, 95% são homens e 53% têm filhos e ensino médio completo.

Falta de documentos
Os dados também mostraram que 52% dos acidentados têm idade superior a 46 anos. Em relação à documentação, o levantamento apontou que 58% dos empregados têm algum tipo de problema.

O principal, presente em 31% dos casos, foi o documento do veículo com prazo expirado. Em segundo, com 22%, aparece a habilitação vencida. Cinco por cento dos entrevistados sequer possuíam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Apesar desses indicadores negativos, 70% afirmaram realizar manutenção no veículo semestralmente. Das empresas entrevistadas, 36% oferecem transporte fretado aos trabalhadores e 32% realizam cursos de conscientização para motociclistas.

Acidente entre motos com morte em Piracicaba (Foto: Alessandro Meirelles/G1)Pesquisa sugere criação de uma sala de informações sobre o trânsito (Foto: Alessandro Meirelles/G1)

Medidas
Ao longo do ano, as entidades realizaram uma série de encontros com o objetivo de fomentar medidas de prevenção junto aos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt). Agora, com os dados em mãos, algumas sugestões propostas pelo grupo serão avaliadas pelo poder público.

“É essencial que criemos uma comissão municipal para debater e propor atitudes de prevenção de acidentes de trânsito. Por meio dela, desenvolveríamos essas várias ações propostas”, afirmou o técnico de segurança do trabalho do Cerest Piracicaba, Alessandro José Nunes da Silva.ntre as principais, destacam-se a criação de um centro de treinamento especializado para habilitar os novos motoristas e a implantação de uma sala de informações que reuniria dados do Corpo de Bombeiros, das polícias Militar e Civil, do Instituto Médico Legal (IML) e da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran). A medida proporcionaria atualização permanente dos dados de trânsito e a intensificação de programas de treinamento, segundo os organizadores da pesquisa.

De acordo com o secretário de Trabalho e Renda, Sérgio Fortuoso, as sugestões apontadas pela pesquisa são positivas. “Afirmo que o secretário de Trânsito e Transportes, Jorge Akira, e o prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato (PSDB), consideram bem-vinda esta nova comissão. Realmente acreditamos que as mudanças são necessárias e serão implementadas na velocidade com que o assunto precisa ser tratado”, disse.

 


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